Mulher afirma que teria de devolver R$ 90 mil dos R$ 100 mil que receberia do partido. MP Eleitoral e PF investigam 5 casos por suspeitas de irregularidades envolvendo dinheiro público de campanha. Uma outra postulante acusa diretamente o ministro de participar do esquema.
Por G1 e TV
Globo
As autoridades de Minas Gerais investigam
ao menos outras 5 candidaturas do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro,
por suspeita de irregularidades envolvendo dinheiro público de campanha.
Uma das suspeitas é que algumas
das candidatas sejam "laranjas", ou seja, tenham servido de fachada
para o repasse de verba eleitoral para outros candidatos. O ministro do Turismo
era o presidente do PSL no estado à época das eleições de 2018. Ele nega
irregularidades.
Uma
sétima candidata, Zuleide de Oliveira, acusa
o próprio ministro do Turismo de lhe ter feito uma proposta semelhante:
receber R$ 60 mil e devolver R$ 45 mil. Antônio diz que ela "mente
descaradamente". O MP Eleitoral e a PF vão investigar.
Deputada do PSL acesso ilimitado
às exclusividades G1
Deputada do PSL denuncia mais um
esquema de desvio do fundo partidário
Adriana foi ouvida pelo MP na
condição de testemunha. Ela conta que a proposta foi feita por Roberto Silva
Soares, que à época era assessor parlamentar de Álvaro Antônio, então deputado
federal. Hoje, Soares é secretário-geral do PSL em MG.
O esquema que a candidata relatou
ao Ministério Público era o seguinte: o partido repassaria R$ 100 mil à
candidatura de Adriana. Ela poderia ficar com R$ 10 mil e, em troca, entregaria
9 cheques em branco para que fossem usados para pagar despesas de outros
candidatos.
Adriana disse, no mesmo
depoimento, que não aceitou as condições e que acabou recebendo do partido R$ 4
mil.
O G1 tentou falar com Roberto Soares nesta
madrugada, mas não conseguiu até a última atualização desta reportagem. A
reportagem também procurou o Ministério do Turismo, na manhã desta sexta-feira,
mas ainda não recebeu um posicionamento.
Candidaturas-laranjas
O
caso das candidaturas suspeitas de serem laranjas foi revelado pelo jornal
"Folha de S.Paulo". Além de Álvaro Antônio, as denúncias causaram uma
crise que atingiu Gustavo Bebbiano, que acabou
exonerado do cargo de secretário-geral da Presidência da República.
Após a divulgação do caso, o
ministro do Turismo chegou a pedir que as investigações sobre as fossem
transferidas da Justiça de Minas Gerais para o Supremo. Ao analisar o caso, o
ministro Luiz Fux negou o pedido, e os advogados de Antônio recorreram.
Na quinta-feira (7), entretanto, a
defesa desistiu desse novo pedido. Em nota, os advogados afirmam
que o ministro não autorizou o recurso, e determinou que ele fosse cancelado.
No caso de Bebbiano, as suspeitas
surgiram em Pernambuco, onde a candidata a deputada federal pelo PSL Lourdes
Paixão recebeu R$ 400 mil de verba pública eleitoral, mais do que o repassado
para a campanha de Bolsonaro, e obteve 274 votos nas eleições de 2018.
Na quinta-feira, o Tribunal
Regional Eleitoral pernambucano autorizou
a PF a abrir um inquérito sobre o caso, o que será feito nos
próximos dias, segundo a polícia.
Durante as eleições, Bebianno era
presidente nacional do PSL, mas ele negou que tenha sido responsável pela
escolha dos candidatos que receberam dinheiro do fundo partidário em
Pernambuco.
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