segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Maior lago artificial do Brasil tem 4.214 km², mais de 320 km de extensão, gera energia e ainda segue vital após quase 50 anos de operação



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Sobradinho, na Bahia, é o maior lago artificial do Brasil com 4.214 km². Gera energia, regula o São Francisco e mudou cidades inteiras.

Com quase cinco décadas de operação, o reservatório de Sobradinho, na Bahia, transformou paisagens, cidades e economias do sertão. Sua escala monumental garante energia e regula o rio São Francisco, mantendo relevância estratégica para o Nordeste.

Sobradinho, no norte da Bahia, concentra o maior espelho d’água artificial do país e segue como peça central do rio São Francisco.

Com 4.214 km² na cota de referência e cerca de 320 quilômetros de extensão, o reservatório integra o sistema da Chesf e cumpre dupla missão: geração de energia e regularização de vazões ao longo do principal rio do Nordeste, sustentando o abastecimento elétrico e o uso múltiplo da água em vários estados da bacia.

Localização e dimensões no semiárido baiano

Criado pelo barramento do São Francisco, o lago ocupa áreas de caatinga em uma faixa que alcança o entorno de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).

A lâmina d’água avança em remanso por longos trechos e, em pontos mais largos, forma extensões que moradores identificam como um “mar do sertão”.

Essa escala territorial reconfigurou paisagens, rotinas e rotas de circulação em dezenas de comunidades.

A usina de Sobradinho soma 1.050 megawatts de potência instalada, distribuídos em seis unidades geradoras.

Mais do que produzir eletricidade, a barragem atua como reguladora do São Francisco: em seca, amortece perdas de afluência; em cheias, coordena defluências para reduzir riscos a jusante.

Essa operação é o alicerce para o desempenho de usinas situadas abaixo, no eixo de Paulo Afonso, e para a previsibilidade de captações urbanas, projetos de irrigação e trechos de navegação fluvial.

Capacidade de armazenamento e regras operacionais

Em condições normais, o lago acumula aproximadamente 34,1 bilhões de metros cúbicos.

A operação segue parâmetros técnicos que definem faixas de níveis máximos e mínimos, além de vazões mínimas obrigatórias.

A chamada faixa de depleção orienta decisões diárias: liberar mais água para atender à demanda energética e social ou retê-la para recompor volume e garantir o atendimento futuro.

Trata-se de um equilíbrio permanente, revisado conforme boletins hidrológicos e cenários climáticos.

Hidrologia: oscilações e variabilidade recente

O comportamento do reservatório traduz a própria variabilidade do clima no Nordeste. Em anos de afluências robustas, a recuperação do volume útil é rápida.

Em estiagens prolongadas, o sistema privilegia a segurança hídrica da bacia.

Em abril de 2022, o nível de Sobradinho chegou a 100%, algo que não acontecia desde 2009, episódio que ilustra a alternância entre eventos de cheias e secas e a importância do reservatório como amortecedor de extremos.

Navegação e integração regional

Para preservar a navegabilidade no trecho de Juazeiro–Petrolina, o empreendimento dispõe de eclusa, que permite à frota vencer o desnível da barragem.

Assim, a ligação entre montante e jusante do São Francisco mantém-se operacional, ainda que dependente de condições de nível e de janelas de passagem.

A infraestrutura facilita o transporte regional, conecta cadeias produtivas e mantém viva a tradição fluvial do “Velho Chico”.



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