Crise do Master acirra disputa entre bancos e fintechs

 

FONTE The News  Uma guerra nos bastidores do sistema financeiro. Depois do colapso do Banco Master, grandes bancos, fintechs e plataformas digitais, agora, se enfrentam em torno da reforma do Fundo Garantidor de Crédito.

O impasse pode impactar uma agenda do Banco Central que, nos últimos anos, ampliou a inovação no setor, com avanços como o Pix e o fortalecimento de instituições de pagamento.

Começando do começo: O FGC é um fundo feito pelos próprios bancos para proteger (garantir) o pagamento de investimentos de até R$ 250 mil caso o banco emissor não consiga arcar com o pagamento — por ter quebrado ou qualquer outra questão.

Pode parecer estranho um banco topar arcar com dívidas bilionárias de um concorrente, mas a ideia é justamente evitar uma crise de desconfiança no setor bancário nacional. Lembre-se que economia é confiança. Bom… Desde o início da crise do Master, que captava prometendo altos retornos e citando como garantia justamente o FGC, Itaú, Bradesco e Santander querem mudanças no fundo. Um dos principais pontos levantados por eles é que fintechs e plataformas, que hoje não contribuem com o FGC, deveriam passar a arcar e pagar as contas, uma vez que são “asseguradoras” por ele. A disputa era silenciosa… Sem alardes, reuniões sobre o assunto rolavam no Banco Central. No entanto, a venda do Master para o BRB trouxe o tema de vez à tona, expondo as fragilidades e acelerando as conversas. Técnicos do BC têm se mostrado cautelosos para evitar retrocessos, mas já indicam que vão revisar as regras do fundo. Do outro lado, bancos digitais e plataformas temem perder espaço em um mercado ainda altamente concentrado. A preocupação deles é que os grandes usem sua força para restringir a competição. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirma que a agenda de inovação será preservada. No radar estão conquistas como o Nubank, que ultrapassou o Itaú em número de clientes, e o modelo de plataforma aberta da XP Investimentos.